Urbanismo no Século XX


No século XX, o urbanismo utilizou os avanços tecnológicos da Segunda Revolução Industrial. O concreto armado , o ferro, o aço, o alumínio , o vídeo e outros materiais foram incorporados às obras arquitetônicas e criaram novas possibilidades de instalações urbanas e de moradia . O arranha-céu gerou o crescimento verticalizado e ampliou o adensamento populacional. O urbanismo da primeira metade do século XX foi marcado pelo funcionalismo ou racionalismo, isto é, o planejamento urbano e o projeto arquitetônico passaram a ser vistos com finalidade funcional (utilitária) e racional (prática) . A estética devia estar a serviço das necessidades básicas e da vida social do ser humano; as novas conquistas tecnológicas deviam ser incorporadas na construção dos edifícios e as cidades, em perfeita harmonia com a vida cotidiana. A sintonia do movimento racionalista com a vida moderna e a era da máquina pode ser observada na frase "A casa é uma máquina de morar", expressa pelo arquiteto suíço Le Corbustier - mais famoso  urbanista do século XX. Nesse sentido , a moradia deveria ser produzida em série , como os automóveis e outros objetos industriais. Le Corbustier também destacava que a "finalidade do urbanismo não é outra que satisfazer as quatro necessidades urbanas de caráter primordial : Habitar , trabalhar, recrear o corpo e o espírito e circular". A partir destes quatro princípios elementares , defendia " a necessidade de assegurar aos habitantes da cidade alojamentos sãos, minimamente ensolarados (não menos de duas horas diárias) e rodeados de espaços verdes. Tais alojamentos deveriam estar conveniente equipados, tendo ao seu redor os serviços indispensáveis à satisfação das necessidades cotidianas da população urbana".
O exemplo mais importante da influência do urbanismo racionalista no Brasil é a cidade de Brasília , projetada no final da década de 1950 pelo urbanista Lúcio Costa (Projeto da Cidade- Plano Piloto) e pelo arquiteto Oscar Niemeyer  (Projeto dos prédios públicos e dos blocos residenciais). O projeto de Brasília acrescentou aos princípios do urbanismo moderno aspectos próprios da conjuntura econômica da época, marcada pela instalação da indústria automobilística no país. Além do traçado arrojado de suas ruas e avenidas , da configuração de sua estrutura urbana e seus edifícios - adaptados a uma estética funcional e rodeados de áreas verdes - , Brasília é o grande símbolo do espaço do automóvel . Apesar das críticas que pesam sobre essa cidade e dos objetivos que nortearam sua construção , ela se transformou num símbolo mundial do urbanismo racionalistas e da arquitetura moderna. O planejamento urbano do século XX não ficou restrito às concepções do urbanismo racionalista , mas nenhuma outra corrente teve a mesma difusão e influência mundiais.