A Predestinação


Quanto à predestinação, Calvino, que discutiria muito pouco o assunto , argumentava que , embora estivesse predestinado à salvação ou à danação , o homem jamais poderia conhecer antecipadamente sua sorte. A escolha de uns e a rejeição de outros era um sinal do mistério de Deus. Enquanto o católico se salvaria pela virtude , pelo arrependimento e pela penitência , o protestante viveria sem saber se já estaria salvo ou condenado , buscando em cada momento vislumbrar indícios de que a graça divina recaíra sobre ele. Após a morte de Calvino, seus seguidores foram, lentamente , tornando a predestinação algo crucial e estabelecendo parâmetros lógicos para um homem reconhecer os sinais de Deus. O trabalho passou a ser visto como vocação divina, e o sucesso decorrente dele, um sinal da predestinação. O que levou muitos teóricos a considerarem o calvinismo a religião do capitalismo , por não condenar o comércio , o empréstimo a juros e valorizar o trabalho . Vendo na riqueza sinais exteriores da graça divina , os protestantes estabeleceram uma violenta disciplina moral em que todas as energias seriam canalizadas para a acumulação de bens. A disputa por fies , ao longo do século XVI, os cristãos de diferentes correntes a se envolverem em diversas guerras que além das motivações religiosas, traziam à tona as divergências entre os variados grupos sociais (burgueses, camponeses, nobres e clérigos), bem como os interesses expansionistas e comerciais dos Estados europeus. Foi o período das chamadas guerras de religião, que incendiaram a Europa , as possessões do ultramar e provocaram perseguições políticas e movimentos migratórios de fuga. Com a Reforma Protestante , que retirou do controle da Santa Sé milhares de seguidores na Inglaterra, França, Alemanha , Suécia, Holanda e em diversas outras partes da Europa , o poder pontifício apoiou-se fundamentalmente sobre a Espanha e Portugal. A vinculação entre a Igreja de Roma e as monarquias ampliou-se no decorrer do século XVI.