A digestão é todo um processo físico (mecânico) e químico destinado à fragmentação das partículas alimentares e ao desdobramento das macromoléculas em pequenas moléculas "assimiláveis" pelas células. Não fosse a digestão , a grande maioria das substâncias consumidas na alimentação passaria intacta pelo sistema digestivo , sendo eliminada integralmente pelo ânus. No estudo da digestão , devemos distinguir:
1- Digestão Intracelular;
2- Digestão Extracelular
3- Digestão extracorpórea
A digestão intracelular ocorre com protozoários , om células de espongiários (coanócitos das esponjas) e com células de organismos superiores (leucócitos e outras). Entre os protozoários , os ciliados possuem uma goteira oral ou citóstoma , por onde ingerem o alimento. Este , chegando ao fundo de um curto canal- o citoesôfago - , é recolhido numa pequena vesícula , que se desprende do canal e se constitui num vacúolo digestivo. Neste vacúolo são vertidas as enzimas hidrolisantes produzidas por lisossomos . A digestão tem início. Após o seu término, restarão alguns detritos no interior do vacúolo , o qual se aproxima de um ponto na superfície celular, onde se abre , formando o citoprocto ou citopígio e, por ali, eliminando os dejetos. Nas amebas , ocorre um tipo de englobamento chamado fagocitose , após o que estará formado um fagossomo (vesícula intracitoplasmática, delimitada por uma membrana , contendo o material englobado). Com a afluência dos lisossomos , o fagossomo se constitui num lisossomo secundário ou vacúolo digestivo. Daí, por diante , o processo é idêntico ao descrito para os protozoários ciliados. Nem sempre o englobamento se faz a partir de substâncias sólidas , como sucede na fagocitose. Se a substância englobada é uma gotícula (substância líquida), então, o fenômeno , embora tenha as mesmas características , recebe o nome de pinocitose . Desse modo , a vesícula de englobamento é um pinossomos. Uma vez recebidas as enzimas lisossômicas , a vesícula também se transforma num vacúolo digestivo. E daí por diante , ainda neste caso, o processo restante será igual aos anteriores. Antes de abordarmos a digestão extracelular , que será um assunto razoavelmente longo, faremos um breve comentário sobre a digestão extracorpórea. Esta é uma forma menos comum de digestão observada em pequeno número de espécies. Na digestão extracorpórea, o organismo lança para fora , no ambiente externo, as suas enzimas digestivas , que vão fazer a hidrólise das macromoléculas extra-organicamente. Os fungos costumam difundir suas enzimas hidrolisantes sobre os substratos (substâncias orgânicas encontradas na madeira , na terra) em meio aos quais se desenvolvem. Só depois da fragmentação das macromoléculas em moléculas pequenas é feita a absorção dos nutrientes. As aranhas comumente injetam na presa uma certa quantidade de sucos digestivos juntamente com o veneno. Esses sucos vão proceder na vítima ao amolecimento dos tecidos e à decomposição rápida das moléculas proteicas, lipídicas e polissacarídicas em unidades pequenas , ou monômeros , daquelas moléculas. Só aí as aranhas promovem a ingestão, sugando a matéria liquefeita do interior do corpo da presa que , por fim , resta seco e oco. As estrelas-do-mar ejetam (projetam para fora) o estômago , englobando com ele (no meio externo) , alimentos como ostras . Após o amolecimento das substâncias pela ação do suco gástrico, o estômago é recolhido novamente ao interior do organismo. É como uma manga de paletó que se revirasse pelo avesso e depois voltasse à posição normal. A digestão extracelular é aquela que se realiza fora das células , embora dentro de órgãos especializados que, e conjunto , formam um sistema digestivo. No nosso estudo, veremos primeiramente , a título de modelo, o sistema digestivo humano. Depois , comparativamente , estudaremos as diferenças e características observadas no tubo digestivo de outros animais.