A Sociologia no Brasil


Como na França de Émile Durkheim , os primeiros passos da Sociologia no Brasil corresponderam a iniciativas para a inclusão dessa disciplina no ensino médio. A primeira tentativa ocorreu logo após a proclamação da República , como a reforma educacional de 1891, de Benjamin Constant , que defendia o ensino laico em todos os níveis. O ensino médio tinha por objetivo a formação intelectual dos jovens fora do contexto religioso, que era predominante até então. Mas , sem nunca ter sido incluída nos currículos escolares, a Sociologia foi eliminada pela Reforma de Epitácio Pessoa, em 1901. Em 1925 , com a Reforma de Rocha Vaz , que tinha os mesmos objetivos da de Benjamin Constant , o colégio Pedro II , na cidade do Rio de Janeiro, implantou a Sociologia regularmente no seu currículo . Três anos depois , a disciplina foi introduzida nos estados de São Paulo , Rio de Janeiro e Pernambuco. Em 1931, outra reforma , a de Francisco Campos , ministro da Educação e Saúde do governo Vargas , introduziu a Sociologia nos cursos preparatórios aos cursos superiores nas faculdades de Direito , Ciências Médicas e Engenharia e Arquitetura , além de mantê-la nos cursos normais (de formação de professores). Desde 1925 , podem-se destacar alguns intelectuais que deram sua contribuição lecionando e escrevendo livros (manuais) de Sociologia para esse nível: Fernando de Azevedo (1894-1974) , Gilberto Freyre (1900-1987) , Carneiro Leão (1887-1966) e Delgado de CARVALHO (1884-1980) . Eles tinham como objetivo preparar intelectualmente os jovens das elites dirigentes e elevar o conhecimento daqueles que chegavam às escolas médias. Esses autores , em sua maioria , eram influenciados pela Sociologia estadunidense e francesa, havendo forte presença do positivismo entre eles. Mas esse processo no ensino médio estanca no início da década de 1940 , com a Reforma Capanema, que a extingue do currículo da escola média, voltando a ter presença muito discreta e intermitente somente na década de 1980.