Globalização e Fragmentação


Nas últimas décadas do século XX, ao mesmo tempo em que se intensificava o processo de  globalização , ampliavam-se os conflitos étnico nacionalistas, muitos deles relacionados a movimentos separatistas.A ampliação desses conflitos revela uma situação aparentemente contraditória, pois, ao mesmo tempo em que a reprodução da modernidade, em nível global, tende a  homogeneizar hábitos por meio do consumo e da indústria cultural, e integrar mercados por meio das organizações supranacionais , diversos povos lutam por sua autonomia , fragmentando o mundo num número cada vez maior de países. No entanto, se por uma lado, a busca pela independência pela afirmação da identidade nacional e dos valores culturais próprios pode ser vista . Os conflitos étnico-nacionalistas estão relacionados , de modo geral , com a formação de Estados ou países que abrigam diversas nações (multinacionais ou multiétnicas) .


No mundo , a maioria dos países é constituída por diversas nações , ou seja, os Estados são multinacionais ou multiétnicos. As principais razões das lutas separatistas de cunho nacionalista são explicadas pela não-aceitação das diferenças étnicas e culturais, pela existência de privilégios impostos pela supremacia de um grupo sobre outro, pelos interesses econômicos de determinados grupos sociais e pelo desejo de nações em constituírem seus próprios Estados. Mas nem todo movimento nacionalista parte de interesses legítimos. Outra concepção de nacionalismo prega o uso da força para defender seus interesses , e considera o outro , em função das diferenças étnicas ou raciais, como inimigo e adversário. Nesta concepção , o nacionalismo confunde-se com o racismo e a xenofobia. Foi essa concepção de nacionalismo que Hitler colocou em prática na Alemanha. Portanto , as lutas étnicas e nacionalistas , que as multiplicam nas duas últimas décadas do século XX, devem ser analisadas a partir dos aspectos peculiares a cada uma delas e dos diferentes contextos histórico-geográficos em que se desenvolveram.

Fonte: Geografia Geral e do Brasil - Página : 229 - 230 (Elian Alabi Lucci, Anselmo Lazaro Branco, Claudio Mendonça)