Desde a Revolução Francesa, consolidou-se a ideia de revolução como uma maneira de introduzir rupturas radicais com o passado e inaugurar novas perspectivas sociais. Como se viu anteriormente, no século XIX, com a Revolução Industrial, reelaboraram-se os velhos sonhos igualitaristas, com novas teorias sociais que propunha a superação das desigualdades. Houve oposição entre os anarquistas, os quais eram contrários ao poder instituído, especialmente à existência de um Estado Dominador e excludente , e outras correntes socialistas, que consideravam o Estado um fator fundamental na organização da nova sociedade. No fim do seculo XIX, o pensamento de Karl Marx começou a ser referência dominante entre as lideranças socialistas europeias. A Internacional Socialistas, reunião de representantes dos trabalhadores do mundo todo, tornou-se uma importante organização, com congressos, periódicos , uma rede de instituição sindicais, parlamentares e grupos de jovens e mulheres. Partidos políticos como o Social-Democrata Alemão também tiveram projeção, com um grande número de afiliados e instituições agregadas. Nesse contexto, houve a reelaboração dos pensamentos de Marx e Engels, no sentido de selecionar, simplificar e divulgar os princípios e fundamentos da teoria marxista. Numa época de cientificismo dominante, Em muitos Círculos sociais, era natural que esses princípios também contaminassem a política. Construiu-se assim, um corpo doutrinário que se colocava como uma teoria científica, desqualificado as demais correntes socialistas, que eram chamadas de utópicas, no caso, ilusórias ou irrealizável. Em suma, ressaltava-se o papel da constituição de uma vanguarda intelectual capaz de mobilizar as massas. A Revolução seria, então, a tomada do poder do estado por essa vanguarda, que representaria o proletariado. A partir daí, ocorreriam o cerco e a expropriação das propriedades e o planejamento das forças produtivas, com base no trabalho coletivo. Como Marx não aprofundou suas observações sobre como uma futura sociedade socialista deveria se organizar, não houve um consenso, nem mesmo no seio da Internacional, sobre como proceder após a tomada do poder.